Falácias – entenda os truques do diálogo

Uma discussão só é boa se todos estiverem satisfeitos no final

As discussões estão presentes em toda e qualquer interação humana, seja para falar de futebol, discutir os resultados da empresa ou ter a famosa DR com o companheiro(a).

Essa prática pode trazer muitos benefícios se todos os envolvidos tiverem como objetivo a busca pela verdade, pois resulta em conhecimento adicional e novas conclusões sobre o assunto.

O problema é que, para a maioria das pessoas, o mais importante é vencer a discussão. Essa tendência não se trata de um mal do mundo moderno. Na Grécia, filósofos conhecidos como Sofistas desenvolveram a Retórica, ciência que tratava da arte de convencer através da palavra.

Ou seja, a busca pela verdade coletiva passa a ser uma tentativa de imposição de crenças individuais e ninguém ganha nada com isso (a não ser que estejamos falando de política).

Aqueles que encaram a discussão como uma boa briga possuem uma arma: a falácia. Trata-se de um argumento que parece ser verdadeiro, mas, na prática, induz ao erro. Elas podem ser propositais (sofismo) ou involuntárias (paralogismo), mas, de qualquer forma, distorcem as conclusões.

Abaixo, uma lista das falácias que me deparo com mais frequência, seja no ambiente corporativo ou pessoal:

Falso Dilema – É dado um argumento que limita as opções, dessa forma, a “vítima” se vê presa em um dilema. Ex. ” Ou você quer o impeachment da Dilma ou você é Petista“.

Ad ignorantiam – Cria uma condição falsa àquilo que não pôde ser provado como verdadeiro ou entende como verdade algo que não pôde ser provado falso. Ex. “Sou inocente até que se prove o contrário“.

Ad Baculum – O famoso apelo à força. Ex. “Se quiser manter este emprego, me escute bem!

Ad Misercordiam – Direciona a argumentação com base em fatores emotivos. Ex. “Me preparei durante meses para esta entrevista durar apenas 5 minutos?”.

Ad hominemSe faz um ataque contra o argumentador não contra o argumentoEx. “Não posso aceitar a opinião de alguém tão ignorante!”

Post hoc ergo propter hocAssume que uma única correlação é prova suficiente da causa (depois disso, logo, por causa disso). Também conhecido como Correlação Coincidência. Ex. “As vendas caíram após o anuncio do aumento do dólar. Portanto, nosso negócio também depende da flutuação da moeda”.

Espantalho – Cria-se um novo argumento, mais fraco e que possa ser tendenciosamente interpretado. Ex. “Eu adoraria viajar com você, mas as passagens estão tão caras que eu prefiro ficar em casa”.

Ad populum – Afirma que uma opinião é compartilhada por muitas pessoas para tentar corroborar com seu argumento. Ex. “Estão dizendo por aí que vão acontecer muitas demissões”.

Falácia da Falácia – Acusar como vago todo argumento porque se cometeu uma falácia ou erro de argumentação. Ex. “Depois dessa, nem quero ouvir mais nada”.

É importante conhecer esse tipo de argumentação, pois, dessa forma, evitamos cometê-los e, principalmente, ficamos mais atentos para não nos deixar ser enganados. Sempre que estiver entrando em uma nova discussão, lembre-se: a verdade será mais proveitosa que a vitória.

Existem muitas outras falácias que merecem ser conhecidas, uma fonte interessante de consulta é: https://yourlogicalfallacyis.com/

Referências: Como Evitar Falácias. Disponível em: http://www.pucrs.br/gpt/falacias.php. Acesso em: 27.09.2015.  Guia das Falácias. Disponível em: http://www.str.com.br/Scientia/falacias2.htm#fd. Acesso em 27.09.2015.

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