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Objetividade – Perigos e Vantagens

Direto ao ponto… que interessa

As decisões baseadas em seu grau de utilidade são grandes aliadas do êxito profissional, são muitos os exemplos de pessoas práticas que acumulam histórias de sucesso. Esse comportamento racional também ajudou a moldar nossa sociedade e nos trouxe até aqui, então, nada melhor do que usar um dos exemplos históricos para abordar o tema.

A maior potência mundial da atualidade tem uma história em comum com esse tema. Em 1853, o especialista britânico em máquinas e equipamentos, Joseph Whitworth, realizou grandiosos e reveladores estudos sobre o desenvolvimento exponencial dos Estados Unidos. O conteúdo extraído de seus relatórios traz importantes reflexões, como:

“…os americanos exibem enorme engenhosidade, combinada com grande energia e motivação, que, como nação, nós faríamos bem em imitar, se quisermos preservar nossa posição atual no grande mercado mundial”.

Naquela época, os EUA ainda eram vistos com uma nação emergente por muitos. Pesquisas atuais apontam, no entanto, que os britânicos já haviam sido ultrapassados desde os anos 1820 na corrida da produtividade, depois foi a vez da renda per capitaigualada nos anos 1860. Mas o que fez os americanos prosperarem tanto? Segundo Whitworth, as principais razões para esse desenvolvimento, além da abundância de recursos naturais, foram:

  • Baixa resistência à inovação por parte dos trabalhadores;
  • Menor número de barreiras para abrir empresas;
  • Alta taxa de alfabetização;
  • Imprensa barata.

Em suma, os americanos eram mais práticos. Desse comportamento, surgiu, em 1878, o Pragmatismo, termo proposto por Charles Sanders Peirce, no ensaio Como tornar claras as nossas ideias, que tem como proposta doutrinar o pensamento filosófico para a utilidade. Segundo ele, não devemos nos perguntar apenas “é dessa forma que as coisas são?”, mas sim, “quais são as implicações práticas ao se adotar essa perspectiva?”.

Essa nova filosofia influenciou muitos outros americanos, o nova iorquino William James foi um dos maiores entusiastas do pensamento pragmático e um de seus maiores ensinamentos foi: “faz diferença agir como se você fizesse diferença“. Seu exemplo mais conhecido é de um homem faminto perdido na floresta, se ele acreditar que consegue sair da floresta, irá tentar e pode conseguir sobreviver, caso contrário, ficará parado e fatalmente sucumbirá à fome.

Essa cultura enraizada no povo americano criou importantes alavancas para o desenvolvimento da nação, como o patriotismo, orgulho e confiança. São sentimentos compartilhados por grande parte do povo americano e que são percebidos até hoje no simples contato com qualquer nativo.

Tal objetividade foi uma das responsáveis por tornar o país em tamanha potência econômica e podemos tirar grandes lições ao adotar esse padrão de comportamento, como foco em resultados, eficiência e ambição. Mas existem algumas armadilhas que devem ser administradas: O conceito de foco pode ser simplesmente desfocar o que não interessa, o que nos impede de considerar as consequências; a eficiência pode ignorar a sustentabilidade e criação de valor a longo prazo; a ambição pode virar ganância.

No século XIX, uma nova ideologia surgiu nos EUA, o Destino Manifesto que, segundo ele, o povo americano fora eleito por Deus para promover o desenvolvimento e a formação da nação mais importante de todos os tempos. Essa crença, aliada ao comportamento pragmático, foi o suficiente para despertar a ganância e a inconsequência em uma parcela daquela população, o que culminou em guerras, crises e em um movimento visto por muitos como imperialista.

Quando trazemos essas armadilhas para o nosso cotidiano, a maior preocupação ao adotar uma postura mais prática e objetiva é o exagero. O pragmatismo implacável de Frank Underwood, personagem do seriado House of Cards, retrata muito bem a personificação de um indivíduo que não mede os meios para atingir os fins e estrutura planos maquiavélicos e imorais para atingir seus objetivos, para Underwood, lhe faltam os princípios.

A objetividade é uma forte aliada ao nosso desenvolvimento, mas exige grande responsabilidade. Portanto, foque nos seus objetivos e encontre a maneira mais prática de chegar, moralmente, a eles.

Referências: Os Magnatas, Charles Morris, 2005. O Livro da Filosofia, Diversos autores, 2010.

Motivação

Cuide da motivação de sua equipe

Como vimos em um post anterior, estamos sempre desejando aquilo que não temos, por isso, a frustração pode ser um grande obstáculo na carreira de muita gente. Manter-se motivado seria a solução, mas, como sabemos, não estamos falando de uma ação tão simples.

Existem muitos estudos e linhas de pensamento sobre o tema, com incontáveis ramificações e escolas, por outro lado, parece existir uma linha central, algo que parece consenso entre gestores e pesquisadores do tema. Um desses pontos trata de sua origem, a motivação seria algo intrínseco, ou seja, que depende do indivíduo. O gestor, nesse caso, teria como responsabilidade criar o melhor ambiente possível, para que a maior parte de seus colaboradores consiga desenvolver sua própria motivação e, consequentemente, alcançar seu melhor desempenho.

Para criar um ambiente favorável, é importante considerar que a liderança é situacional e qualquer padronização está fadada ao fracasso. A gestão deve acompanhar as características de cada grupo, como vimos no post sobre formação de equipes, e deixar claro o que se espera dele, como no post Mito e Cultura. Dessa forma, haverá grandes chances de termos pessoas dispostas e com vontade de fazer as coisas acontecerem. O desafio, a partir de agora, é manter as equipes motivadas e, para isso, precisamos aprender a lidar com o sucesso e o fracasso.

Sucesso

Quando uma equipe entrega ou supera as expectativas, cria-se a necessidade de reconhecimento dos integrantes, algo que é muito comum entre os profissionais. Eu mesmo tenho essa tendência de esperar comentários positivos por projetos e realizações, particularmente, não gostaria de ser assim, entendo que minha própria análise sobre um trabalho bem feito deveria ser suficiente.

B. F. Skinner, apesar de métodos polêmicos de estudo sobre o Behaviorismo, propôs que a melhor maneira de manter as pessoas motivadas e garantir o máximo de aprendizado seria dar feedbacks a cada etapa do processo. Diferente do que acontece nas escolas, quando os alunos são reconhecidos apenas por suas notas ou profissionais que recebem feedbacks apenas quando projetos são entregues. Eu utilizo esse método e percebo impactos positivos na atuação das equipes.

Fracasso

O psicólogo Alfred Adler desenvolveu, em 1912, a psicologia individual, que identificou o como e porquê cada pessoa reage de maneira diferente à derrota. Segundo ele, quando crianças, nos sentimos inferiores por estarmos rodeados de pessoas mais fortes e inteligentes, o que nos motivaria a tentar conquistar coisas novas. Se tivermos uma psique equilibrada, cada conquista diminui esse sentimento e conquistamos confiança, caso contrário, pode se desenvolver um complexo de inferioridade. A psique de uma pessoa seria formada, não só pelo inconsciente e legado do passado (como proposto por Freud), mas também por forças presentes e conscientes, como o ambiente social.

Crianças e adultos de personalidade equilibrada e saudável adquirem confiança cada vez que se percebem capazes de alcançar objetivos externos. Os sentimentos de inferioridade dissipam-se até que o próximo desafio se apresente e seja superado; esse processo de crescimento psíquico é contínuo.”

Alfred Adler

Como vimos, a capacidade de lidar com o fracasso depende de cada pessoa e deve ser um assunto profissional em casos extremos. Em casos mais brandos, o ambiente criado pelo gestor pode, mais uma vez, ser a solução.

Ao passar por alguns altos e baixos, com boa gestão, as equipes acabam atingindo um novo nível de maturação e, a partir daí, existem técnicas e métodos ainda mais abundantes. No meu caso, sempre que possível, prefiro liderar de forma mais democrática, em que as pessoas possam atingir e, principalmente, manter um padrão de alta performance.

Uma recente publicação da Harvard Business Review fala como equipes positivas são mais produtivas. Vale a pena a leitura!

Referências:  O Livro da Psicologia, diversos autores, 2012. O Livro da FIlosofia, diversos autores, 2011. HBR https://hbr.org/

A sabedoria oculta do tempo

As grandes lições da nossa própria história

Todos nós já vivemos momentos de angústias e alegrias, assim, fomos aprendendo e construindo, pouco a pouco, nossos destinos. Essa maneira de adquirir experiência vale para qualquer aspecto de nossas vidas, mas a grande questão é saber se estamos conseguindo absorver toda a sabedoria que tais situações nos proporcionam.

Aprender com bons momentos é mais fácil, difícil mesmo é manter o otimismo em situações negativas, por isso, temos uma ferramenta muito importante a nosso favor: a memória. Analisar situações passadas, com um novo ponto de vista, pode resultar em lições importantíssimas para o nosso desenvolvimento.

Quando adolescente, acreditava piamente que as dificuldades a serem enfrentadas, naquele momento, me preparava para enfrentar obstáculos. Com o passar dos anos, essa atitude foi se esvaindo, talvez tenha sido algum choque de realidade na minha juventude otimista, mas ao perceber essa situação, tentei educar minha mente a buscar aprendizados em situações cotidianas. Abaixo, listo dois exemplos pessoais:

Quando era criança, meu pai trabalhou em um hotel fazenda chamado Vale do Sol, um lugar muito frequentado em Serra Negra, principalmente nos períodos de férias e, um dia, acabou se tornando nossa residência. Hoje, quando busco boas referências para uma motivação extra, seja para uma entrevista, apresentação ou em momentos de pessimismo, me lembro daqueles dias, do privilégio de passar anos de minha infância cercado por natureza, crianças vindas de todos os lugares, muita liberdade e atividades lúdicas a todo momento. Consigo tirar proveito das lembranças daquela época para não me intimidar perante concorrentes mais gabaritados ou situações controversas.

Meu primeiro emprego foi como caixa de farmácia, na época, encarei como uma atividade momentânea para pagar a faculdade, mas, algum tempo depois, percebi que havia aprendido muito mais do que imaginava. A maioria dos clientes eram senhores com idade já avançada, gastando o pouco dinheiro que recebiam com remédios caríssimos e esse, definitivamente, não é um cenário ideal para o bom humor. Mas não foram apenas aqueles que conseguiam manter a positividade que me proporcionaram lições importantes, aprendi a ter empatia por aqueles que estavam infelizes com essa situação. Aprender a me colocar no lugar dos outros, me fez uma pessoa muito mais compreensiva e paciente, o que é excelente para manter minha serenidade nos dias de hoje.

É claro que existem situações extremas e muito mais dramáticas, sejam elas boas ou ruins, que talvez tenham um desfecho diferente na formação de indivíduos. Mas ainda vale a pena buscar oportunidades, “você não pode ligar os pontos olhando para frente, para ligar os pontos é preciso olhar para trás“, é o que diz Steve Jobs em seu famoso discurso em Stanford:

Observem que a lição que somos capazes de tirar de um acontecimento passado é determinado pelo modo como você o interpreta, são as “configurações” desse filtro que transformam suas experiências em memórias positivas ou negativas. Quanto aos meus exemplos, eu poderia ter encarado a época que morei em um hotel fazenda como um atraso para o meu desenvolvimento, o que faria me sentir menos preparado do que os outros ou ter me estressado com os lamentos daqueles senhores mal humorados da farmácia, adquirido uma aversão para lidar com o público. Adotar padrões positivos ao consultar sua memória pode lhe garantir grandes oportunidades.

O pensador espanhol George Santayana abordou esse tema, ele acreditava que aqueles que não aprendiam com o passado estavam condenados a repetir os mesmos erros, dizia ainda que “o progresso real é menos uma questão de revolução do que de adaptação, de usar o que aprendemos com o passado para construir o futuro

Além de garantir o aprendizado, você pode resolver questões importantes de sua personalidade ao analisar sua história, afinal, pode descobrir a origem de alguns comportamentos que atrapalham ou facilitam a sua vida. Esse auto-conhecimento é um fator extremamente competitivo na formação de características como liderança, trato social e, principalmente, caráter.

Portanto, use seu passado como conteúdo para reflexão. Pensar no futuro é muito importante, mas as maiores lições de sua vida podem estar guardadas em sua memória. Aproveite com sabedoria.

 

Referências: O Livro da Filosofia, diversos autores, 2010.

O que você quer ser quando crescer?

A busca pela atividade dos sonhos

Você pode achar que essa pergunta cabe apenas para crianças e adolescentes, mas não é bem assim. As possibilidades laborais de hoje são imensas, podemos nos tornar, por exemplo, artistas, atletas, concurseiros, autônomos, políticos, professores, empreendedores, investidores e até youtubers, além disso, em cada uma dessas atividades, existe ainda um leque imensurável de alternativas.

Ao longo de toda nossa vida, essas opções ficam disponíveis, gerando dúvidas sobre qual o melhor caminho a seguir. Isso acontece para quem está buscando seu primeiro emprego, está considerando ter alguma atividade após a aposentadoria ou, simplesmente, alguém que queira mudar de profissão. Como vimos em um post anterior, essa liberdade de escolha nos causa angústia e muitas perguntas. O conselho padrão para resolver essa dúvida é “Trabalhe com aquilo que ama!”. Com certeza, todos nós já nos deparamos com essa frase em algum momento, mas será que é apenas isso?

Uma maneira muito utilizada nas consultorias de corredor, para descobrir o que você realmente amaria fazer, é refletir sobre com o que trabalharia se não existisse dinheiro. A resposta viria sem o viés da necessidade e, portanto, lhe daria maior autonomia para descobrir algo que faria exclusivamente por prazer.

Infelizmente, não é tão simples assim, afinal, se todos trabalhássemos com o que amamos, arriscaria em dizer que a maioria das profissões envolveria experiências ligadas ao lazer e aos interesses pessoais, poderiam existir muitos Especialistas em Degustação de gastronomia e jogos, Viajantes Profissionais bastante gabaritados e, ainda, Analistas Esportivos free lancers, prontos para dar seu pitaco em qualquer partida.

Todas seriam profissões muito prazerosas, mas nossa sociedade não seria muito bem sucedida dessa forma, ainda seriam necessários muitos profissionais para completarem outras funções essenciais à nossa sobrevivência. Portanto, a utilidade social também deve ser levada em conta nessa decisão.

Dessa forma, conseguimos limitar melhor as opções e irmos para uma próxima inquietação, que fala dos nossos limites. Todos nós temos características que podem trazer vantagens em algumas profissões e desvantagens em outras, conforme comentado no post Autoeducação. Escolher fazer aquilo que dá mais prazer, sem considerar habilidades e limitações, pode representar um grande prejuízo tanto para o indivíduo quanto para o mercado, o Custo de Oportunidade seria alto demais para sustentar tal decisão. Para sermos bons no que fazemos, precisamos conciliar nossos desejos, utilidades e também habilidades. Em 1935, o economista Lionel Robbins afirmou que a “maior tragédia da vida humana é ter de desistir de uma coisa para escolher outra“, mas é exatamente o que temos que fazer.

A próxima inquietação tem a ver com os resultados da sua escolha. Todas as vezes que tive essa conversa com alguém, percebi que a profissão ou atividade dos sonhos era baseada em alguém já bem sucedido. Inspirar-se num empreendedor renomado, por exemplo, e dizer que amaria fazer aquilo é muito perigoso, geralmente pensamos nos resultados que nossas escolhas podem nos trazer, mas acabamos nos esquecendo de considerar todas as etapas necessárias para chegar lá. Lembre-se, o sucesso não é um sonho, é uma luta.

Outro dilema que tenho escutado sobre esse assunto é a  busca de maior satisfação profissional. Nesse caso, o entendimento de qual é a real motivação para esse desejo, se torna crucial para uma decisão acertada. Algumas vezes, o problema pode estar dentro de nós, de forma que nossa percepção não consiga encontrar justificativas para valorizar o que já se tem. Uma mudança de atividade, nesse caso, iria apenas prolongar sua agonia. O filósofo Clóvis de Barros Filho apresenta a definição de Platão para esse amor que tanto buscamos: “Você ama o que deseja e deseja o que não tem“. Essa citação explica a nossa crença em que a felicidade está em outro lugar, confira no vídeo abaixo:

Essa ansiedade em encontrar algo que se ame plenamente pode causar frustrações desnecessárias, por isso que um dos maiores problemas para a escolha de sua profissão é idealizar algo surreal. Toda atividade humana tem seus prós e contras, não adianta acreditar que existe um trabalho perfeito, em que todas as suas atribuições sejam prazerosas, que haja reconhecimento e motivação contínuos e ainda não seja necessária muita dedicação para se obter sucesso. Pensar dessa forma, nos faz desviar os olhos de muitas oportunidades, algo que, parafraseando Nietzsche, nos faz acreditar que nossa realidade atual é “um mundo no qual devemos nos afastar, e certamente não desfrutar mas, ao fazer isso, afastamo-nos da vida em favor de um mito ou invenção: um mundo real imaginário“.

Tenha em mente também, que suas escolhas terão outros reflexos bastante amplos. As castas das quais você vai pertencer, valores e até inclinações políticas são influenciadas por suas atividades laborais:

…nossos interesses e valores estão entrelaçados por aquilo que fazemos no trabalho – ou seja, nossa ocupação. Assim, por exemplo, as pesquisas sociológicas mostram que somos mais propensos a ter uma visão igualitária da economia se trabalharmos para o setor público do que se estamos no setor privado; e temos maior inclinação a ser culturalmente liberais se tivermos uma ocupação que nos conceda certa autonomia do que num emprego submetido a um controle rígido. Isso acontece, em parte, porque tendemos a encontrar um trabalho que combina com nossos valores e nossa educação; e, em parte, porque nossa experiência de trabalho molda nossos valores. É difícil ser defensor do livre mercado trabalhando como assistente social, assim como ser socialista em um banco de investimentos”.

David Priestland

Esse post é uma provocação, um convite à reflexão mais profunda para suas escolhas, essa decisão é muito importante para sua vida, sou também totalmente a favor da mudança, desde que seja legítima e feita com inteligência, decisões tomadas por impulso podem gerar frustrações muito grandes. Outro ponto que acredito muito é que todas aquelas opções, descritas no primeiro parágrafo deste post, não são excludentes, você pode ser um pouco de cada. Não se limite em troca de definições.

E, por fim, não espere fazer o que ama para amar o que faz.

 

Referências: Uma Nova História do Poder, David Priestland, 2014. O Livro da Filosofia, diversos autores, 2010. Podcast Man In The Arena, episódio 51, Bob Wollhein. O Livro da Economia, diversos autores, 2013.

Mito e Cultura

“Se você acertar a cultura, quase todo o resto praticamente cuidará de si”

A frase acima é de Tony Hsieh, presidente da Zappos.com, e nos ajuda a entender a importância da cultura dentro de uma organização.

Conforme falamos no primeiro post sobre liderança, o sucesso de um time depende, entre outras coisas, das crenças de cada um sobre os objetivos daquele grupo. O grande problema é que muitas vezes ignoramos o assunto, não enxergamos o valor de algo que tem, ironicamente, afetado nossas vidas há muito tempo.

Milhares de anos atrás, antes mesmo da Revolução Agrícola, quando as atividades humanas ainda se resumiam à caça e coleta, os grupos dificilmente passavam de 150 indivíduos. De acordo com o doutor em história Yuval Noah Harari, pesquisas sociológicas provaram a validade desse “número mágico” e para o observador mais atento, existem muitos exemplos de organizações que não extrapolam essa quantidade de integrantes nos dias de hoje, como comunidades, negócios familiares, redes sociais e unidades militares:

“Abaixo desse limite, não há necessidade de hierarquias formais, títulos e livros de direito para manter a ordem. Um pelotão de 30 soldados ou mesmo uma companhia de cem soldados pode funcionar muito bem com base em relações íntimas, com um mínimo de disciplina formal

Quando o limite crítico de 150 pessoas foi ultrapassado, foi preciso que as organizações se reinventassem. Uma das teorias mais aceitas pela antropologia aponta um responsável: o mito. Segundo Harari, “um grande grupo de estranhos pode cooperar de maneira eficaz se acreditar nos mesmos mitos.Toda cooperação humana em grande escala – seja um Estado moderno, uma igreja medieval, uma cidade antiga ou uma tribo arcaica – se baseia em mitos partilhados”.

A crença em comum de alguns de nossos ancestrais funcionou muito bem para fomentar o cooperação entre indivíduos, porém, é claro que esses mitos podem levar a resultados catastróficos, como mostram vários exemplos históricos. O mesmo pode acontecer quando lidamos com qualquer organização nos dias de hoje, por isso a importância de dedicar muita energia à construção de uma Cultura Organizacional coesa.

Outro consagrado autor a falar sobre o assunto é Joseph Campbell, segundo ele, além das funções místicas e cosmológicas, “os mitos servem como suporte e validação de determinada ordem social, variando tremendamente de lugar para lugar. Foi essa função sociológica do mito que assumiu a direção do nosso mundo”. Existe outra função, a pedagógica, que nos ensina “como viver uma vida humana sob qualquer circunstância“.

O poder da crença coletiva está muito presente e molda muitos aspectos do nosso cotidiano. Pense na sua empresa, por exemplo, ela não é o produto que vende, tampouco é um grupo de funcionários ou clientes, assim como, não se resume aos imóveis onde está alocada. O conceito jurídico de empresa está separado do mundo físico, não passa de um monte de diretrizes escritas em um papel, no qual convencionamos acreditar. O mesmo acontece com o dinheiro, os países e até o seu time favorito.

Toda nossa sociedade está baseada em conjuntos de crenças coletivas, como leis, fronteiras, governos e normas, que existem apenas no mundo das ideias e somente porque todos concordamos em aceitá-los.

Confesso que por algum tempo não pude entender a importância do tema, não foi uma de minhas matérias favoritas na faculdade, mas, quando agregamos essa visão antropológica ao nosso dia a dia, não dá pra negar o quão relevante é.

A Cultura de sua organização, seja de qual tipo for, pode ter um efeito devastador ou ser o motor que impulsiona os indivíduos em direção aos mesmos objetivos. Nenhuma grande sociedade funciona bem se for resumida a diretrizes em um papel, devemos encontrar o real valor de sua existência e garantir que todos os envolvidos compartilhem dos mesmos propósitos.

Referências: De Volta ao Mosteiro, James C. Hunter, 2014. Uma Breve História da Humanidade, Yuval Hoah Harari, 2012. O Poder do Mito, Joseph Campbell, 1990.

Ciência da Inovação

O método científico e a inovação – uma nova abordagem

Há algum tempo atrás, participei de um workshop sobre Inovação, era meu primeiro contato direto com o tema e confesso que estava pessimista com o que iria encontrar. Talvez eu estivesse sendo um pouco saudosista, mas tinha o sentimento de que a verdadeira inovação era caótica, surgia em situações imprevisíveis, através de insights, epifanias ou visões inesperadas. Padronizar algo que deveria surgir de forma aleatória, não me parecia certo; era como forçar alguém a fazer algo que não se tem controle algum, como ter ideias, por exemplo. Dessa forma, estaríamos perdendo a naturalidade da criatividade e consequentemente sua qualidade.

Pois é, como você já deve ter percebido, eu estava errado.

O que aprendi naquela oportunidade foi que a inovação se difere de criatividade, ela depende de um processo muito bem estruturado para ser eficiente. Essa revelação foi muito positiva para mim, pois, a partir de então, passei a enxergá-la como algo ainda maior: a cada novo conceito que aprendia me convencia mais e mais de que inovar não se limita ao mundo dos processos, trata-se na verdade de uma complexa ciência.

Tanto a ciência quanto a inovação buscam, antes de qualquer coisa, a verdade – uma solução que seja mais adequada do que todas as outras. Para buscar essa verdade, a ciência precisou de muito desenvolvimento, afinal, a opinião de muitas pessoas, governos e religiões ia contra suas teorias:

Contudo, em assuntos científicos, a opinião da maioria não importa. Nesse aspecto a ciência não é democrática. Muitas de suas verdades são contraintuitivas, e seu progresso, em grande medida, é indiferente à nossa experiência cotidiana do mundo

Michael Mosley e John Lynch

Visto desta forma, o processo criativo pode ter ganhos relevantes, se passar a considerar o método científico como base para a construção de suas teorias, afinal, o processo da inovação é um conhecimento que ganhou destaque recente se comparado à ciência. Observem que podemos encontrar diversas referências científicas que nos ajudam a entender melhor a inovação:

O primeiro a propor um método de investigação foi Aristóteles (350 a.C.). Sua proposta era de que os pensadores deveriam considerar o “porquê das coisas acontecerem, não apenas o “comoEsse modelo de pensamento influenciou muitos filósofos a pensarem, argumentarem e questionarem tudo que nos cerca de maneira mais profunda. Se atualizarmos esse conceito, podemos aprender com Aristóteles a importância das análises qualitativas.

Galileu Galilei (1600) foi grande influente do método científico. Propôs que a ciência não poderia se resumir à reflexão, assim nasceu a verificação experimental, em que os cientistas passaram a basear suas teorias em provas empíricas. Segundo Michael Mosley e John Lynch, “acima de tudo, ele nada fez sem se basear em observações e experimentos – coletar dados e construir argumentos a partir do que pode ser visto e reproduzido constitui o cerne das tarefas de um cientista moderno. Talvez por isso Galileu seja considerado Pai da Ciência“. Ninguém melhor que Galileu para nos ensinar a enxergar com os olhos de nossos clientes ou usuários e testar nossas soluções através de protótipos.

O método de Francis Bacon (1600) é um dos mais aceitos até hoje. Segundo ele, somente tem direito à denominação de filósofo aquele que consegue gerar transformações úteis e socialmente positivas para o mundo e o único método verdadeiramente científico é aquele baseado em estatísticas observáveis. Bacon nos dá uma aula de utilidade prática, não adianta projetar algo que não vá ser usado.

René Descartes (1620) propôs a investigação para se chegar a verdade, segundo ele, podemos encontrar qualquer conhecimento, desde que prestemos atenção para não aceitar como verdade algo que não seja. Em seu livro Discurso do Método, ele afirma que “dentre todos aqueles que até agora buscaram a verdade das ciências, somente os matemáticos conseguiram encontrar algumas demonstrações ou raciocínios certos e evidentes“. Precisa de ajuda com as análises quantitativas? Chame o Descartes.

Hume (1750) e Kant (1760) argumentaram sobre a importância da observação para obtenção de conhecimento empírico, eliminando assim, qualquer interferência cognitiva do observador. Ambos nos alertaram sobre as análises levianas há muito tempo.

Esses exemplos são encontrados em um período em que a busca pela verdade estava apenas começando a se tornar uma ciência, mas temos literatura disponível e rica o suficiente para nos ajudar com quase toda inquietação sobre Inovação:

O método científico hoje adotado nos quatro cantos do mundo elabora explicações baseadas em dados. Quando surgem novos elementos que não se encaixam no modelo, é preciso mudar a explicação. É assim que a ciência avança. Por mais questionáveis que sejam as motivações, por mais influentes que se mostrem as forças econômicas, politicas e individuais atuantes sobre as pessoas que a praticam, e por mais intoleráveis que sejam suas conclusões, o desenvolvimento da ciência depende de seguir o rumo ditado pelas evidências

Michael Mosley e John Lync

Hoje, buscamos novos métodos para lidar com a inovação, queremos utilizar os processos mais modernos possíveis e a todo momento surgem revolucionárias técnicas para resolver de vez essa questão. Mas será que são propostas inéditas? Na nova versão do influente documentário “Cosmos”, o físico Neil deGrasse Tyson resume o Método Cientifico em um conjunto de regras simples e atuais:

  • Testar ideias experimentando e observando;
  • Desenvolver as ideias que passam no teste;
  • Rejeitar aquelas que não passaram;
  • Seguir as evidências onde quer que elas nos levem;
  • Questionar tudo.

Agora, observem o conjunto de regras do modelo mais moderno de inovação, o Design Thinking, proposto por Tim Brown:

  • Observação de usuários;
  • Brainstorming;
  • Prototipagem;
  • Storytelling;
  • Construção de cenários.

Ambos métodos possuem muita semelhança, talvez as modernas teorias de inovação tenham sido influenciadas pelo método científico, talvez tenham chegado às mesmas conclusões. Nos próximos exemplos, temos o que é de mais moderno nos métodos da ciência, observem que se alterarmos os dois textos para o contexto de inovação, manteremos sua coerência e relevância:

O historiador Yuval Noah Harari afirma que a ciência moderna se diferencia das tradições de conhecimento anteriores por três motivos principais:

  • A disposição para admitir ignorância: a ciência moderna se baseia na sentença latina ignoramus – “nós não sabemos”. Nenhum conceito, ideia ou teoria é sagrado e inquestionável (assunto já abordado no post Desapego Criativo);
  • O lugar central da observação e da matemática: tendo admitido a ignorância, a ciência moderna almeja obter novos conhecimentos e o faz reunindo observações e então usando ferramentas matemáticas para relacionar essas observações em teorias abrangentes.
  • A aquisição de novas capacidades: a ciência moderna não se contenta em criar teorias, mas as utiliza para adquirir novas capacidades e, em particular, para desenvolver novas tecnologias e soluções.

Um dos grandes nomes da ciência moderna, o físico Stephen Hawking, aborda a construção de modelos científicos em seu livro o Grande Projeto. Observe que existe muita semelhança nas técnicas atuais de construção de cenários.

Segundo Hawking, “um modelo é um bom modelo, se”:

  • For elegante (refere-se à ausência de elementos ajustáveis);
  • Contiver poucos elementos arbitrários;
  • Concordar com e explicar todas as observações existentes;
  • Fizer previsões detalhadas sobre observações futuras que podem descartar ou falsificar o modelo se não se realizarem.

Temos hoje, muitas ferramentas e técnicas para auxiliar o processo de inovação, Kotler e De Bes citam algumas em seu livro, Bíblia da Inovação: Sinética, Oceano Azul, Análise morfológica, Marketing lateral, Lista de atributos, Construção de cenários, Visitas, Cocriação, Redefinição de valor do cliente, Brainstorming, Experimentação, Teste de produto, área e mercado, Jornada do cliente, Funil de compra, Evolução de KPIs dentre muitas outras.

São muitas as ferramentas que podem nos auxiliar nesse processo tão necessário da Inovação. Mas será que estamos nos preocupando o suficiente com a base de tudo isso? O estudo do método científico pode ser a resposta principal para as grandes questões dessa nova ciência. Mesmo que surjam novas ramificações e padronizações de processos, que podem até ser muito úteis em alguns casos, não podemos abrir mão do que nos trouxe até aqui. Lá está a verdadeira ciência, sem máscaras ou maiores vaidades.

Uma teoria deve ser a mais simples possível, mas não mais simples que isso

Albert Einstein

Cheguei a três principais conclusões com esse post. A primeira é que, realmente, não podemos confundir inovação com criatividade; a visão romântica de ideias surgindo do nada está separada da ciência. A segunda é que inovação e ciência se confundem, nenhuma delas é apenas consequência da outra e funcionam bem melhor se caminharem juntas. A última é que ambos ramos do conhecimento humano são indispensáveis à vida, sem eles, não faríamos sentido.

Referências: Uma Breve História da Humanidade, Yuval Noah Harari, 2012. O Livro da Ciência, Diversos autores, 2013. Design Thinking, Tim Brown, 2010. Antologia ilustrada da Filosofia, Ubaldo Nicola, 2005. Uma História da Ciência, Michael Mosley e John Lynch,  2010. A Bíblia da Inovação, Philip Kotler e Fernando Trias de Bes, 2011. O Grande Projeto, Leonard Mlodinow e Stephen Hawking, 2011. Cosmos: Uma Odisséia do Espaço-Tempo, Neil deGrasse Tyson, 2014.

Falando em Público

Supere a insegurança e o medo de falar em público para fazer grandes apresentações

Recentemente, participei de um programa de empreendedorismo interno na minha empresa, algo bem semelhante à uma disputa de startups. Todas as apresentações foram excelentes e de uma variedade incrível, mas, havia algo em comum em quase todos os apresentadores: o medo de falar em público.

Essa insegurança é muito comum, mas pode ter um efeito bastante negativo se não for bem administrada. A oratória nunca foi uma de minhas maiores qualidades, porém, sempre reconheci a importância de dominar essa habilidade, então, pesquisei bastante sobre o assunto e nunca fugi de oportunidades de praticá-la, mesmo que minha mente implorasse pelo contrário. Com isso, consegui uma grande evolução, ainda longe dos meus objetivos, mas que me proporcionou novas chances para praticar ainda mais ao ser indicado para novas apresentações.

Causas do medo

Desde nossos mais antigos antepassados, ter muitos olhos observando um indivíduo nunca foi um sinal de que as coisas estavam indo muito bem, afinal, esta pessoa poderia estar sendo vitima de uma emboscada de animais ferozes ou ataque de rivais. Como vimos no post Conecte-se, estamos constante e involuntariamente fazendo uma avaliação do ambiente que nos cerca e nosso cérebro aprendeu a interpretar essa situação de “centro das atenções” como uma ameaça. Nosso corpo prepara-se então para lutar ou fugir, aumentando a oxigenação, atenção e tensão muscular, para uma possível necessidade de ação física mais drástica. E é daí que pode surgir o medo.

De acordo com a Teoria das Emoções dos psicólogos Willian James e Carl Lange, “as emoções derivam das percepções da mente consciente acerca das nossas condições fisiológicas“. Eles exemplificam sua teoria com o encontro entre um homem e um urso, em que a primeira reação do homem é correr e, por estar correndo, sente medo.

Atualmente, temos agravantes para essa situação, além da posição de lutar ou fugir, que nosso cérebro nos impõe, acabamos complicando ainda mais as coisas. Segundo o especialista no assunto Roberto Shinyashiki, existem 3 principais fatores que podem dificultar ainda mais o desempenho em apresentações e gerar os famosos “brancos“:

  • Sentimento de inferioridade;
  • Obrigação autoimposta de ser perfeito;
  • Medo de errar.

Note que todos esses fatores são causados quando as pessoas pensam nelas mesmas durante as apresentações. Essas inquietações podem ter sido construídas ao longo da formação do indivíduo, as experiências pelas quais passamos influenciam diretamente nossa capacidade de interpretar e reagir às mais diversas situações.

Superando o medo

Agora que contextualizamos o medo de falar em público – de maneira bem sucinta, é verdade, mas de forma que podemos construir um raciocínio – vamos buscar alternativas de superá-lo.

A primeira coisa a se fazer é admitir sua insegurança, ainda de acordo com Shinyashiki:  “Quando uma pessoa está com medo, é fundamental que ela abra seu coração e fale desse medo até que ele se esvaia. Freud já provou que esconder sentimentos só aumenta a intensidade deles“. Encontre alguém de sua confiança, que lhe ajude a entender as causas de seu medo, discuta sobre sua insegurança e vai perceber que ela não se sustenta, dessa forma, é possível você aprender a controlá-la.

O treinamento parece a mais óbvia das recomendações para acabar com a insegurança, mas não é o que tenho visto acontecer na prática. O exercício mental, no qual você apenas se imagina falando, não é suficiente, simule sua apresentação pra valer, quantas vezes for possível para chegar mais confiante no grande dia. Joni Galvão e Eduardo Adas, fundadores da SOAP (State Of  the Art Presentation), enfatizam muito essa necessidade:

“É natural que as pessoas se intimidem diante da perspectiva de subir ao palco e sintam alguma insegurança em relação a eventuais interferências da audiência e de seu próprio estado emocional. Nessa hora, mais uma vez, aparece a importância do bom preparo; ele torna o apresentador mais confiante e tranquilo e aumenta as chances de a apresentação fluir quase que espontaneamente”.

A preparação não se resume apenas ao ensaio, aproveitar todas as chances de praticar suas técnicas de apresentação em público, com certeza, é o melhor caminho para se tornar um excelente orador. Quando tiver oportunidades, seja na escola, faculdade, trabalho ou até grupo de amigos e familiares, não recuse. Você vai colher os frutos no futuro.

Técnicas práticas

A Teoria das Emoções também fornece uma boa solução, afinal, temos outros sentimentos além do medo que podem ser explorados. Por exemplo, sempre acreditamos que sorrimos quando estamos felizes, mas foi provado que o contrário também é verdadeiro, ao sorrir, nos tornamos mais felizes. Então, a sua postura em uma apresentação tem um grande poder de superar sua insegurança, como mostra o vídeo:

Durante a apresentação, existem truques que considero muito válidos. Nicholas Boothman nos dá dois deles, que são bastante positivos:

“Encontre um rosto amigável. Eles sempre estão lá, são os “acenadores”. Deus os abençoe, acenando, concordando com você e sorrindo. Eles normalmente representam 5% do público. Encontre três ou quatro e recorra a eles para conforto“.

“Tenha um bote salva-vidas. Muitos palestrantes ocasionalmente têm brancos. Pode acontecer por diversas razões. Sempre tenha pra onde ir. Com perguntas relacionadas ao tópico, por exemplo, ou questionando se alguém tem perguntas”.

Outra dica que considero importante é direcionar seu foco. Como vimos no início do post, quando pensamos apenas em nosso desempenho, a tendência é perdermos o raciocínio, então, foque no conteúdo e na plateia.

Existem muitas outras práticas para ajudar nessa situação, como técnicas de respiração, exercícios físicos ou até segurar algo durante a apresentação. É importante descobrir a que melhor funciona para você.

É claro que na teoria é tudo muito mais fácil, eu tenho buscado aprimorar essa minha habilidade há muito tempo e ainda estou longe do ideal, mas não vou desanimar até chegar lá. O mais importante é não se julgar incapaz, todos podem fazer ótimas apresentações. Tenha a consciência de que a evolução vem com o tempo: ninguém nasceu pronto e ninguém inicia uma atividade sendo espetacular.

Referências: O Livro da Psicologia, diversos autores, 2012. Como Convencer Alguém em 90 Segundos, Nicholas Boothman, 2012. Super Apresentações, Joni Galvão e Eduardo Adas, 2011. Os Segredos das Apresentações Poderosas, Roberto Shinyashiki, 2012

 

Análises Levianas

Análises levianas + conclusões infundadas = morte corporativa.

Os cenários cada vez mais complexos fazem com que as avaliações, estudos e pesquisas ganhem importância vital na condução de organizações. São as temidas análises, que podem avaliar desde o potencial de um mercado até a variação de preços de um sanduíche.

A correta interpretação de dados é fundamental para o sucesso dos negócios, afinal, é através dessa inteligência que buscamos melhorar o futuro. Com as conclusões desses estudos é que são definidas as estratégias, a alocação de recursos e a viabilidade de novos projetos.

O que tenho percebido, no entanto, é que análises levianas estão cada vez mais presentes em nosso dia a dia, uma interpretação incompleta dos fatos que fatalmente culminam em decisões mal feitas. Seja no meio acadêmico, editorial ou corporativo, seu uso pode ser observado com frequência. É curioso pensar que exista engajamento para complicação da solução, enquanto, em paralelo, observamos tendência de simplificação do problema.

É claro que muitas vezes temos pouco tempo para uma pesquisa mais adequada, assim, acabamos buscando atalhos e contando com a intuição, porém, o que deveriam ser apenas exceções estão virando regra. Essa maneira mais irresponsável de ver as coisas parece ter outras motivações. São elementos que podem enviesar análises:

  • A pressa para que tudo seja feito o mais rápido possível;
  • falta de engajamento ou descuido dos analistas;
  • O interesse em algum resultado específico;
  • Dados, ferramentas, habilidades ou recursos insuficientes.
  • Busca por atalhos,
  • Hábito de generalização.

O erro mais comum que tenho visto é resumir conclusões a apenas um único indicador. O termo Ceteris Paribus vem do Latim e significa que “todo o mais é constante”, ou seja, é quando se observa uma variável e considera-se que todas as demais não sofrerão qualquer tipo de oscilação. Esse método pode servir para exemplificar alguns fenômenos, mas não servem para refletir a complexa realidade.

Seria como determinar o tempo que você leva para chegar ao trabalho, baseado apenas na distância da sua casa. Sabemos que há grandes chances dessa previsão ser um fracasso, afinal, teríamos que considerar trânsito, clima, possíveis acidentes, cruzamentos e muitas outras interferências para termos uma previsão mais acurada. Um cenário de alta complexidade não pode ser resumido a uma ou duas variáveis.

Uma análise desse tipo pode gerar muitos problemas em diversas áreas, você pode, por exemplo, atribuir um fraco desempenho de vendas de um produto ao seu preço e não perceber que ele está ficando obsoleto; ou pode criar um material resistente ao frio e ao calor, mas esquecer de considerar o vento; pode viabilizar o lançamento de um serviço ao confirmar o interesse das pessoas, mas não considerar se elas terão condições financeiras para contratá-lo.

Existem exemplos diversos que comprovam a preocupação com o desenvolvimento de visão mais abrangente:

  • A macroeconomia avaliava o desempenho de um país, baseado exclusivamente em seu Produto Interno Bruto (PIB). Com a noção de que este dado isolado não seria suficiente, surgiram muitos outros indicadores para complementá-lo, como por exemplo a Paridade do Poder de Compra (PPC), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e até o Índice Big Mac.
  • A microeconomia possui ferramentas que avaliam a influência de fatores secundários, observando a “elasticidade” de algumas variáveis em relação à outras;
  • Com estatística, podemos levar duas ou mais variáveis a testes de correlação entre si, usando, por exemplo o Coeficiente de Correlação de Pearson;.
  • Na Física, classificam-se os fatores que poderiam interferir em eventuais observações: aqueles que se mantém constantes são chamados de Referenciais Inerciais.
  • No meio acadêmico, além de vasta literatura, observa-se uma crescente oferta de cursos para suprir essa demanda por habilidade analítica, como especializações em Ciências de Dados e Big Data.

As análises levianas levam a conclusões infundadas e dependem de uma outra variável para estarem corretas: a sorte. E,como sabemos, depender dela não é algo muito promissor. Os erros podem fazer com que você perca o timing de mercado, direcione recursos para algo irrelevante, perca clientes para um concorrente mais atento e, em último caso, pode levar sua empresa a falência. Foi o que aconteceu com a famosa “Contabilidade Criativa“, em que algumas empresas direcionavam os resultados de acordo com interesses próprios. A prática culminou em muitos escândalos de níveis mundiais, falências e prisões.

As análises devem ser fontes fidedignas de informações para decisões estratégicas e estarão cada vez mais presentes no dia a dia da maioria dos profissionais. Como vimos, muitos erros acabam acontecendo por falta de direcionamento, então, para evitar a irresponsabilidade analítica:

  • Seja imparcial;
  • Pesquise e utilize ferramentas de análise;
  • Conheça o contexto do que está analisando;
  • Desenvolva visão holística;
  • Peça opinião e feedback…;
  • …mas não faça de seu estudo um “compilado de percepções“;
  • Equilibre dados quantitativos e qualitativos;
  • Esqueça as conclusões anteriores e investigue todas as possibilidades atuais;
  • E, por fim, fuja da falácia, busque apenas a verdade, doa a quem doer.

Superficialidade

Existe um lado bom nas tendências atuais de superficialidade?

A grande disponibilidade de informações nos dias de hoje mudou a nossa maneira de obter conhecimento , criou um senso de urgência, principalmente nos mais jovens, que levam a praticidade muito a sério.

Essas mudanças ficam muito evidentes na literatura, antigamente, para um livro ser considerado bom, deveria ter muitas páginas. Se o autor não fosse capaz de escrever um vasto conteúdo sobre o tema, que prendesse nossa atenção por várias e várias semanas, não seria merecedor de ser referência sobre aquele assunto. Na universidade também tínhamos esse exemplo, a regra para um bom TCC era “falar muito sobre pouco“. Ou seja, escolher um tema simples, sem muitas variáveis e consolidar toda informação possível sobre ele. As pesquisas da escola significavam longas jornadas na biblioteca.

Essa profundidade funciona muito bem em algumas ocasiões, pesquisadores, por exemplo, não podem navegar na superfície de um tema, devem mergulhar e explorar todo conteúdo possível.

Mas, e nós? No cotidiano, estamos cada vez mais superficiais, buscando informações ágeis e resumidas. Surgem os TED Books, livros feitos para serem lidos de uma só vez, os trabalhos de conclusão de curso começam a apontar para prática, como a construção de projetos ou Business Plan, e o que é ainda mais impactante: a biblioteca inteira foi parar no seu bolso. A forma como consumimos informação muda a cada dia, estamos nos adaptando às tecnologias e a cenários competitivos, onde a agilidade tem seu valor aumentado.

Esses novos hábitos são constantemente atacados por entusiastas da especialidade, que alegam estarmos perdendo oportunidades de um conhecimento mais profundo das coisas. Isso pode ser um problema para alguns, dependendo de seus interesses, mas não podemos generalizar e considerar que é um comportamento a ser combatido. Se bem administrado, essa nova tendência tem seus benefícios.

Hermann Ebbinghaus, um influente pesquisador do século XIX, mostrou através de pesquisas, que “esquecemos dois terços do que aprendemos nas últimas 24 horas”, além disso, alegou que, em geral, ocorre uma perda rápida de recordação na primeira hora de estudo. Isso nos mostra que passar horas e horas estudando pode não ter efeitos muito mais “profundos” de conhecimento, já que a capacidade de memorização humana tem seus limites, não podemos saber muito de muito. Aproveitar o máximo da atenção do cérebro, apenas com o conteúdo mais relevante, pode ser uma grande vantagem para as informações disponíveis de formas didáticas e que vão direto ao ponto.

Um aspecto importante que já discutimos em outro post diz respeito ao psicólogo Serge Moscovici, que aborda como “senso comum” uma versão simplificada do conhecimento humano: “A tradução de conceitos intrincados para uma linguagem mais acessível e mais fácil de ser transmitida não é problemática, porque o objetivo não é desenvolver conhecimento, mas estar a par dele”. Seus estudos nos mostram que, de maneira geral, as pessoas adquirem apenas o conhecimento essencial, para serem capazes de construir um raciocínio e participar ativamente desse “circuito coletivo”. Nesse caso, a intenção é saber um pouco de tudo e não muito de pouco.

Meu argumento favorito para essa discussão é o desenvolvimento da capacidade cognitiva do ser humano ao longo dos anos. Existem fortes indícios de que o tamanho médio do cérebro do homo-sapiens diminuiu desde a era dos caçadores-coletores. Quem aborda essa teoria de forma brilhante é Yuval Noah Harari em seu livro Uma Breve História da Humanidade. Ele aponta que o ambiente daquela época exigiu que os homens tivessem habilidades mentais sofisticadas, como fazer mapas mentais de seu território, ter informações sobre o padrão de crescimento das plantas, conhecer hábitos de cada animal, os benefícios e malefícios dos alimentos, conhecer o progresso das estações do ano e seus efeitos, estudar cada aspecto do seu habitat, saber fabricar instrumentos, fazer roupas, preparar armadilhas, cuidar dos feridos, defender seu território e muitas outras capacidades que eram aprendidas ao longo de suas vidas.

Com o início da agricultura e indústria, cada indivíduo passou a ter sua função, se aprofundando e se especializando na sua profissão, enquanto outras pessoas faziam o restante do trabalho. “A coletividade humana conhece, hoje, muito mais do que bandos antigos. Mas, no nível individual, os antigos caçadores-coletores foram o povo mais conhecedor e habilidoso da história

Vejam que conhecer um pouco de muito pode trazer grandes vantagens para os indivíduos, tanto quanto a especialidade. O objetivo desse post não é defender a superficialidade, mas alertar que ela não é a grande vilã que tem sido considerada. Cada realidade demanda um comportamento diferente, não podemos rotular o certo ou o errado, apenas conhecer as possibilidades e buscar nosso melhor.

Referência: O Livro da Psicologia, Diversos autores, 2012. Uma Breve História da Humanidade, Yuval Noah Harari, 2012.

Formação de equipes de alto desempenho

O que aprendi sobre formar equipes.

Minha primeira experiência prática com gestão de equipes começou quando eu tinha apenas 23 anos e me tornei gerente de uma equipe de vendas. De lá para cá, tive a oportunidade de trabalhar com uma grande variedade de profissionais e aprender com cada um deles. Hoje, tenho o prazer de liderar uma operação que conta com cerca de 200 funcionários.

Como de costume, sempre busquei aperfeiçoamento, estudei as melhores práticas e técnicas de gestão, esse conhecimento aliado à experiência ao longo desses anos me fizeram criar um modelo que acredito ser o ideal.

Nesse primeiro post sobre liderança, falaremos sobre a formação de equipes. Vale frisar que não estamos falando do agrupamento de pessoas, afinal, você pode muito bem pegar um grupo já formado e transformá-lo em uma equipe.

Cultura

O primeiro e talvez mais importante passo é determinar a Cultura da sua operação, que deve estar em linha com os objetivos da Organização. Para uma equipe funcionar, todos devem saber exatamente qual é o comportamento e direcionamento esperados em qualquer situação.

A frase de Peter Drucker expressa uma forte opinião sobre o assunto, “A cultura come a estratégia no café da manhã”. Isso fica muito evidente quando lançamos estratégias, mas as equipes não sabem muito bem como agir. A cultura é a forma como as pessoas resolvem problemas, atuam, buscam seus objetivos e determinam suas ações, ela deve permear todas as ações da empresa, da operação e principalmente dos líderes, que devem servir como exemplo de atuação. Portanto, cuide muito bem deste tema.

Determinar a liderança

O segundo ponto é determinar os responsáveis por cada setor, você pode precisar de líderes que inspiram ou de gerentes que fazem. Ambos são extremamente importantes e uma análise prévia sobre qual é o perfil necessário para cada demanda vai lhe ajudar a alocar esses profissionais da melhor maneira possível.

Hoje, existe um incentivo muito forte à liderança inspiradora, fornecendo a falsa ideia de que ela é a solução para todos os problemas, mas, em algumas ocasiões precisamos de profissionais mais técnicos, que executam com perfeição e no menor prazo possível. Então, escolha bem quem serão os líderes e os gerentes de sua equipe, eles são peças fundamentais para que a cultura da sua operação seja corretamente disseminada e executada, o que abre caminho para o alcance de suas metas.

Conhecer a equipe

O próximo ponto é conhecer o perfil dos integrantes de sua equipe. Nicholas Boothman facilitou esse processo identificando os 4 principais perfis profissionais:

  • Sonhadores: Aqueles que são inovadores, gostam de criar, ter ideias e propor soluções.
  • Indutores: São os que conseguem contagiar os demais, levando-os à ação.
  • Controladores: Os que sabem delegar, gerenciar processos, cronogramas e entregas.
  • Analistas: Aqueles que têm bom raciocínio lógico e conseguem entender cenários com mais facilidade.

É muito comum as pessoas terem características presentes em mais de um perfil, mas a tendência é que uma delas seja a dominante.

Ao identificar esses perfis, você saberá como distribuir as funções de cada um. O ideal é contarmos com uma equipe coesa, que tenha equilíbrio entre os diferentes tipos de profissionais. Vale observar que, em um grupo muito grande, essa tarefa fica a cargo dos responsáveis por cada setor, dessa forma, a análise se mantém assertiva, pois a generalização, neste caso, não costuma funcionar.

Criação de Comunidade

Com uma cultura bem definida, lideranças bem alocadas e conhecidos os potenciais e limitações de cada integrante, a equipe começa efetivamente a funcionar. Daqui para frente, existe um processo natural da formação de grupos, que é muito discutido no meio acadêmico e facilmente observado na vida real. Muitas são as definições das etapas desse processo, eu, particularmente, gosto das definições de James C. Hunter, que separa esse processo em 4 fases:

  • Fingimento: É a fase em que os membros do grupo, por ainda não se conhecerem o suficiente, tendem a evitar conflitos. As discussões são generalizadas e normalmente tediosas.
  • Fricção: Nessa fase, as máscaras caem, as pessoas passam a desabafar tudo que seguraram até esse momento. As divergências são postas à mesa e o clima fica conturbado com cada um querendo impor a sua posição.
  • Formação: As pessoas começam a pensar de maneira mais racional em prol do grupo, não apenas do indivíduo. Para chegar a essa fase, ferramentas como feedback são muito importantes, é muito comum também que comecem a surgir “panelinhas”.
  • Funcionamento: Com os conflitos resolvidos e o correto direcionamento de todos, a equipe começa a funcionar em “alta performance”. Os indivíduos percebem que a atuação em grupo é mais vantajosa e passam a buscar resultados através da sinergia.

Conheça muito bem esses passos e aprenda a lidar com cada fase, a sua atuação é muito importante para o sucesso de uma equipe.

Aperfeiçoamento

Essas dicas são apenas o início de um grande desafio, temos muito a aprender para conseguir formar equipes de sucesso, ainda serão necessários muita prática, preparação e estudo, por isso, em breve, discutiremos cada um desses pontos mais a fundo. O importante é manter uma postura de aprendiz e buscar evolução a cada oportunidade. Sua equipe agradece!

Referências: O Livro dos Negócios, diversos autores, 2011. De Volta ao Mosteiro, James C. Hunter, 2014. Como convencer alguém em 90 segundos, Nicholas Boothman, 2012

Compartilhe essa ideia e ajude a formar equipes.

Autoeducação

Quando a dedicação supera qualquer obstáculo

No post Desapego Criativo, foi discutida a necessidade de preparar o terreno para semearmos novos conhecimentos, ou seja, livrar a mente de pré-conceitos acerca de qualquer assunto. Em outra ocasião, falamos sobre Desempenho Profissional e a importância de equilibrar os seus objetivos com os aspectos mais importantes da vida, afinal, o seu legado para o mundo é importante demais para ficar em segundo plano.

Com a mente livre e objetivos bem definidos, passamos para uma outra etapa de desenvolvimento.

Essa nova fase consiste em desenvolver conhecimentos que irão lhe auxiliar no dia a dia e, para isso, nada melhor do que a autoeducação. Certa vez, ouvi que profissionais se diferenciam pelo que fazem na hora livre, não no horário de trabalho. O escritor Samuel Smiles propôs essa prática em 1859, quando escreveu o livro Self-Help, que, além de best-seller, foi o precursor de um novo gênero que até hoje enche as prateleiras das livrarias.

A cultura mais elevada não se obtém dos professores quando se está na escola ou faculdade, e sim da nossa constante e diligente autoeducação quando nos tornamos homens”

Samuel Smiles

A educação formal deixa de ser um diferencial quando elevamos nossos objetivos, porque oferece um conhecimento padronizado, que nos estimula a seguir a manada. Felizmente, existem muitas maneiras de superar esse obstáculo, abaixo listo alguns dos pontos que julgo mais importantes:

Dedicação

Malcolm Gladwell, em seu livro Fora de Série, evidenciou a importância da preparação, seja qual for seu objetivo de vida: “…quando uma pessoa tem capacidade suficiente para ingressar em uma escola de alto nível, o que a distingue dos demais estudantes é seu grau de esforço. É exatamente isso”. Gladwell ilustra essa tendência com exemplos de casos reais e muitas pesquisas. Ele chega inclusive a propor, junto com o neurocientista Daniel Levitin, o número de horas de preparação necessárias para se atingir o grau de destreza pertinente a um expert de nível internacional – em qualquer área: 10 mil horas.

Bom, se nosso cérebro realmente contabiliza essas horas, eu não sei, mas a importância do treinamento, preparação e estudo é evidente em qualquer situação. Na China antiga, havia um termo coloquial para isso: Kung Fu (功夫 Gongfu). O termo não refere-se, originalmente, a uma luta, significa atingir o domínio supremo de alguma atividade por meio da prática e estudo.

Conhecer os obstáculos

Um fator sempre presente nesse assunto são as características hereditárias. Sobre isso, o pensador, médico e matemático Francis Galton (1869) tem uma boa e uma má notícia. A boa é que “podemos aprimorar nossas aptidões por meio de treinamento e aprendizado”. A ruim é que nossa hereditariedade “define os limites até os quais podemos desenvolver nossos talentos”. Mas não tire suas conclusões ainda, o debate “natureza-criação” é amplamente discutido até hoje e ainda não existe uma definição. Alguns contradizem Galton e entendem que todo bebê é uma “folha em branco”, todos nascem iguais. A maioria dos psicólogos, no entanto, reconhece que tanto natureza quanto criação são cruciais para o desenvolvimento humano e interagem de forma complexa. Além da genética, outros fatores influenciam o desenvolvimento, como o ambiente em que está inserido, as pessoas que convive e muitos outros obstáculos que devem ser conhecidos e administrados.

Definir estratégias

Como já disse em outros posts, gosto muito de estudar sobre diversos temas, o que não é tão fácil de administrar. Acabo perdendo o interesse em algumas coisas que estou estudando, pois surgem outros assuntos para disputar minha atenção, como falamos no post Dieta da Informação. A solução que encontrei foi fazer uma escala, alternando diariamente os temas, indo de economia nas segundas à física aos domingos. Ouço podcasts quando estou dirigindo ou fazendo exercícios, faço todos os cursos aderentes aos meus objetivos que conseguir e procuro sempre me manter atualizado. Parece coisa de maluco, mas funciona bem comigo. Entenda o que funciona melhor pra você e defina sua estratégia.

Descobrir o que lhe motiva

Essa fome pelo saber pode não ter como objetivo a “obtenção de conhecimento, mas estar a par das novidades”. É o que propõe o psicólogo Serge Moscovivi, alegando que a busca por conhecimento trata-se de uma motivação muito mais social do que pessoal. É importante descobrir o que lhe motiva, entender se a teoria de Moscovivi condiz com sua realidade ou não. Use essa inquietação como motor para seu desenvolvimento.

Vimos que não é uma etapa tão fácil, cada um tem suas particularidades, mas, com certeza, vai valer a pena. Assuma as rédias da sua educação, não espere pelos outros.

Referências: Fora de Série, Malcolm Gladwell, 2008. Uma Nova História do Poder, David Priestland, 2014. O Livro da Psicologia, Diversos autores, 2012.

Desempenho Profissional

A busca por excelência e a barreira do coitadismo

São cada vez mais abundantes os conteúdos que defendem a tese de que estamos nos tornando reféns do nosso trabalho. A discussão envolve o fato de abrirmos mão de nossas vidas em prol de uma busca incessante por realização profissional, o que nos tornaria seres humanos infelizes e angustiados. Exploram também o fato de algumas pessoas se dedicarem tanto aos seus ideais, que acabam perdendo o que é realmente importante ao longo de sua existência. Devo dizer que concordo com o equilíbrio, mas, para que ele exista, nossos objetivos não devem ficar em segundo plano.

Uma questão muito importante sobre esse tema são os exemplos que o ilustram. Aqueles que defendem uma vida menos dedicada e mais tranquila, geralmente, apontam como álibis pessoas que passaram por muito estresse em suas longas jornadas laborais e, no final, perceberam que nada tinham, que todo esforço foi em vão.

Entendo que esse não é um desfecho feliz, mas será que esse é o único destino para aquele que escolhe se dedicar por sua causa?

O que dizer, por exemplo, dos atletas? Eles passam anos de suas vidas treinando dia e noite, abrindo mão de sua vida social e de alguns dos prazeres e caprichos considerados “essenciais” para uma vida plena e feliz. Muitos ultrapassam os limites do próprio corpo, colocando em risco sua saúde, e tudo isso em troca do quê? Uma medalha? Um recorde? Não, trata-se da sua causa, um propósito de vida de valor inquestionável.

E os artistas? São anos de estudo e prática. Alguns abrem mão da própria infância para chegarem ao patamar que buscam, ficam meses longe de suas famílias, aprimorando suas técnicas para conseguirem refletir, através da arte, tudo aquilo que aprenderam e sentiram ao longo do caminho.

Uma dedicação incansável parece ser um ponto em comum entre atletas e artistas, assim como, entre inventores, pesquisadores, cientistas e escritores. Por que não agir como eles ao buscar nossos objetivos?

Temos muitos exemplos no mundo dos negócios que fizeram exatamente isso e são considerados homens de sucesso. Não encontramos questionamentos, por exemplo, das escolhas de Bill Gates, que trocou seus anos dourados por algo que acreditava e se dedicou diligentemente para que suas ideias se tornassem realidade. Tampouco, vejo questionamentos sobre as escolhas de Silvio Santos, que desde muito cedo se dedicou quase que exclusivamente aos seus objetivos, ou dúvidas sobre as decisões de Flávio Augusto da Silva, Mark Zuckerberg, Steve Jobs, entre tantos outros aficionados por seus ideais.

Me parece que o discurso que defende a inércia, muitas vezes, é puro mimimi. Afinal, ele não parece servir para aqueles que obtiveram êxito, mas justificam apenas o fracasso, a desistência ou a insegurança. Note, por favor, que não estamos falando de dinheiro, afinal, nesse caso, cifras seriam apenas uma medida de suas conquistas, como a medalha é para um atleta. O sucesso trata-se de equilíbrio, sua família e saúde estão ao lado de sua causa. A dedicação pelo seu emprego, concurso, empresa, ideia, arte, esporte ou seja lá qual for sua escolha é o que define quem você realmente é. Não menospreze o seu propósito.

Um renomado psicanalista alemão, Erik Erikson, dizia que a personalidade “se desenvolve a partir de um plano básico”, segundo ele, existem oito estágios de desenvolvimento humano, observe que os dois últimos falam sobre legado:

  • 0 a 1 ano – Confiança X Desconfiança: Determinada pelo atendimento das necessidades da criança.
  • 18 aos 24 meses – Autonomia X Vergonha e Dúvida: Provocados por pequenos fracassos ou repreensões paternas.
  • 3 aos 6 anos – Iniciativa X Culpa: Crianças descobrem que suas ações podem afetar outras pessoas.
  • 6 aos 12 anos – Diligência X Inferioridade: Foco em educação e habilidades sociais.
  • Adolescência – Identidade X Confusão: Noção mais coerente do que somos, dificuldades podem gerar crises de identidade.
  • 18 aos 30 anos – Intimidade X Isolamento: Construímos vínculos fortes.
  • 35 aos 60 anos – Produtividade X Estagnação: Empenho em prol das gerações futuras ou por contribuições à sociedade por meio de atividades sociais.
  • A partir dos 60 anos – Integridade X Desespero: Sensação de “completude” e “inteireza pessoal” que é diretamente proporcional ao grau de sucesso que se obteve ao lidar com estágios anteriores.

Conheço muitas pessoas que não tem grandes ambições e preferem uma existência pacata e, vejam só, lutam para conseguir viver dessa forma. A grande questão desse post é lhe convidar a refletir sobre aquilo que acredita ser o seu papel no mundo, o seu legado. Mesmo sabendo que a derrota é uma possibilidade, você está lutando pelo que acredita ou está apenas vendo a vida passar, paralisado pelo medo de desperdiçá-la?

Referências: O Livro da Psicologia, diversos autores, 2012

Desapego Criativo

Quatro motivos para acreditarmos que desaprender pode ser tão poderoso quanto aprender.

A importância do conhecimento sempre foi assunto presente em nossas vidas, afinal, é assim que adotamos referências para nossa criatividade, modelos para nossa tomada de decisão e conceitos para construção de nossos argumentos.

Eu, particularmente, sempre gostei muito de estudar e isso me proporcionou um bom estoque de informações que me ajudam em muitas ocasiões. Porém, houve uma lição que me fez enxergar como realmente deveria aproveitar o conhecimento adquirido: A arte de aprender depende, muitas vezes, da sua capacidade de desaprender, isto é, manter-se disponível para adquirir qualquer conhecimento como se ele fosse novo, desafiando conceitos enraizados e quebrando paradigmas.

Em um mundo que não para de mudar e onde a informação se torna cada vez mais abundante, a capacidade de desconstruir conceitos torna-se essencial, pois dessa forma:

  • Estará livre para renovar suas ideias e ideais. Para isso, você precisa primeiro admitir sua ignorância, ou seja, abdicar de qualquer conceito que tenha adquirido sobre algum tema. Se considerar que domina algum assunto, sua capacidade de absorver novos insights ficará extremamente limitada. Sócrates dizia que a presunção de saber é o maior obstáculo do conhecimento, você pode bloquear novas informações ao adotar uma postura dessas, daí se extrai a importância de saber que não se sabe.
  • Questionará melhorias para o mundo. Ao adotar uma postura questionadora, abrindo mão daquilo que lhes foi empurrado como verdade absoluta, os homens conseguiram revolucionar sociedades e organizações, livrando-as de exploradores. No século XIX, Henry Thoreau escreveu um ensaio chamado Desobediência Civil, em que propôs ao povo que era dever do indivíduo pensar, questionar e protestar contra as leis injustas dos governos, alegando que aceitar passivamente essas leis dava-lhes fundamento, foi o que pessoas como Mahatma Gandhi e Martin Luther King fizeram.
  • Estará atento às novas oportunidades. Manter padrões de comportamento, aprendidos com a própria experiência, pode nos fazer perder boas oportunidades. Tim Brown cita em seu livro, Design Thinking, o exemplo de Chuck House, um jovem trabalhador da HP que, por não ter apoio, fugiu das normas sociais e corporativas de sua época e desenvolveu em segredo um produto que, entre outras coisas, tornou possível a transmissão da chegada do homem à Lua. Após o grande sucesso comercial de seu experimento, Chuck House foi promovido a diretor de engenharia pelo próprio David Packard, que proibiu a interdição de qualquer pesquisa futura e ainda lhe concedeu uma “Medalha por Desacato”.
  • Enxergará. O excesso de confiança pode lhe cegar, Jim Collins propôs uma situação paradoxal em seu livro, Como as Gigantes Caem, alegando que o sucesso é o maior catalisador do fracasso, isso porque grandes executivos, após grandes acertos e muito conhecimento adquirido, acabam por ter uma postura arrogante perante novos desafios, dificultando a compreensão de eventuais problemas. Essa sensação de invencibilidade foi percebida pelos gregos, em 500 a.C., que a descreviam como “hubris” – uma forma de orgulho que perde contato com a realidade – e leva à “nêmesis” – uma punição fatal ou queda.

Adotar o Desapego Criativo não é das tarefas mais simples, muitas vezes percebi tardiamente que havia defendido alguns argumentos me baseando em conceitos adquiridos em situações completamente distintas, que poderiam servir como referência, mas nunca como base para minhas opiniões. Então, ao construir seus argumentos, faça como os cientistas, considere viáveis apenas teorias que podem ser contestadas.

A conclusão parece óbvia, somos eternos aprendizes, então, desaprenda e reaprenda, não existe ideia imortal ou conceito imutável. Quando estiver no caminho de seu sucesso, lembre-se do processo de caminhar, que consiste em perder e retomar o equilíbrio repetidas vezes.

Referências: Como as Gigantes Caem, Jim Collins, 2010. Design Thinking, Tim Brown, 2010. O Livro dos Negócios, Diversos Autores, 2013. O Livro da Economia, Diversos Autores, 2012. Antologia ilustrada de FIlosofia, Ubaldo Nicola, 2005

Escolhas e decisões

O poder da escolha e a importância do não.

Ao longo de nossas vidas, principalmente no avanço de nossas carreiras, somos seduzidos por muitas oportunidades de novos projetos. São ideias interessantes, como participação em startups, investimentos, trabalho voluntário, convites para projetos importantes na empresa e muitas outras oportunidades que aparentam ter um futuro promissor.

Mas a grande variedade de opções que a vida nos oferece pode fazer com que nos envolvamos em projetos demais ou ainda gerar uma atitude paralisante, quando acabamos não escolhendo nada, apenas para nos livrarmos dessa responsabilidade. É algo parecido àquele momento em que estamos tentando decidir qual filme assistir no Netflix e, com tantas opções, acabamos voltando para uma série que já conhecemos.

Um filósofo chamado Soren Kierkegaard abordou esse sentimento há muito tempo atrás, dizia que a liberdade de escolha nos causa angústia, por que “nossas mentes cambaleiam ante o pensamento da liberdade absoluta, entre a escolha de fazer nada ou fazer algo“. Um de seus exemplos históricos aborda um homem à beira do precipício, que além da vertigem, sente outro medo angustiante, criado pelo fato de que ele é livre para pular. Ele conclui sua teoria dizendo que “A angústia é a vertigem da liberdade“.

O que fazemos então para acabar com essa angústia e tomarmos decisões mais assertivas entre tantas oportunidades a que somos expostos?

Aprenda a dizer não!

Michael Porter dizia que a essência da estratégia é saber o que não fazer. Steve Jobs, quando voltou para a Apple, disse Não para diversos produtos, focando apenas naqueles que julgava mais importantes. Tim Brown afirma que seus Design Thinkers precisam de barreiras: “Para um artista em busca de beleza ou um cientista em busca da verdade, as fronteiras de um projeto podem soar como restrições indesejadas. Mas a marca de um designer é a disposição de aceitar as limitações. Sem restrições, o design não pode ser criado.”

Eu mesmo já tive a oportunidade de vivenciar o poder do não, estava envolvido em um projeto onde as ideias da equipe estavam surgindo muito rapidamente. Depois de tantas sugestões, percebemos que havíamos perdido o foco. Somente quando um dos envolvidos impôs limites, que conseguimos tornar a discussão mais objetiva. Em um cenário cuja a inovação é tão importante e presente em nossas vidas, a relevância de limitar opções se torna ainda mais necessária:

“Mentes criativas se tornam mais focadas e agem melhor quando o reino das oportunidades está restrito (…). Apesar de sua tendência natural para ter uma criatividade irrestrita, você deve reconhecer e aproveitar as restrições. E é, finalmente, sua responsabilidade procurar restrições quando elas não forem apresentadas”

Scott Belski

Conhecendo a importância do não, precisamos saber quando usá-lo. Para isso, Derek Sivers sugeriu um método muito simples e eficaz: Hell yeah! or no. Ele propõe que devemos dizer “Lógico que sim!”, para tudo aquilo que nos deixa eufóricos, energizados e com uma vontade enorme de fazer acontecer e, para todo o resto, dizer não.

Com tantas oportunidades, não podemos escolher algo que “talvez” seja bom ou aceitar um monte de propostas que nos arranquem apenas um tímido sim. São essas escolhas que determinam nosso destino e queremos que ele seja incrível, não é mesmo?

Referencias: Design Thinking, Tim Brown, 2010. O Livro da Filosofia, Diversos Autores, 2011. O Conceito da Angústia, Soren Kierkegaard, 1844. A ideia é boa. E agora?, Scott Belski, 2011. http://sivers.org/hellyeah,

Resiliência – Be water, my friend

A importância da resiliência e adaptação em um mundo que não para de mudar.

Todos nós já ouvimos falar que o aumento da velocidade das inovações tem gerado mudanças cada vez mais rápidas em nosso dia a dia. Além desse cenário inovador, outros fatores colaboram para que as organizações mudem seus processos rapidamente, como crises, sustentabilidade, ambição, entre tantos outros.

Eu já passei por algumas mudanças bem drásticas, como reestruturações ou fusões e outras mais comuns, como troca de empresa, de liderança, de setor ou de cidade. Em todas essas situações, é inevitável que as pessoas aumentem seu nível de atenção, busquem maior produtividade e cuidem ainda mais da divulgação de seu trabalho, ou seja, é a sua melhor versão.

Esse insight me fez perceber as vantagens de viver no caos. Setores altamente sensíveis a variações econômicas, tecnológicas, governamentais ou ambientais tendem a formar profissionais com alta resiliência, que se adaptam com mais facilidade às alterações do mercado e do cotidiano.

Esse ambiente, que pode ser considerado estressante por alguns, ajuda a formar ferramentas importantes para as pessoas lidarem com o que ainda está por vir. Assim, qualquer possível estresse acaba por se tornar irrelevante, à medida que nos adaptamos à rotina de não ter rotina.

Bruce Lee, o mestre das artes marciais, fez um famoso discurso sobre a adaptação, falou da importância de não nos limitarmos com formatos ou conhecimentos prévios. Vale a pena conferir o texto e o vídeo abaixo (youtube):

“Empty your mind, be formless. Shapeless, like water. If you put water into a cup, it becomes the cup. You put water into a bottle and it becomes the bottle. You put it in a teapot, it becomes the teapot. Now, water can flow or it can crash. Be water, my friend.”

A importância da adaptação não pode ser menosprezada, ela se estende a todo ser vivo. Charles Darwin, que criou a Teoria da Evolução, dizia que: “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente. E sim, aquele que melhor se adapta às mudanças”. As espécies que melhor se adaptam são as que vencem a corrida evolucionista.

Até a vida considerada mais pacata é cercada de mudanças, não temos pra onde correr. Quando você olha para sua mão, por exemplo, pode até pensar que está olhando para um emaranhado de células que cresceu ao longo de todos esses anos, mas, o que você realmente vê é um tecido totalmente novo que foi inteiramente substituído por novas células desde que você nasceu (e isso, possivelmente, aconteceu mais de uma vez).

Vamos pensar em uma escala um pouco maior agora, no exato ponto em que estamos no Universo, já parou pra pensar que, como nosso planeta está em constante movimento, dormimos em um lugar e acordamos em outro?

Se mesmo assim você ainda não se dá muito bem com mudanças e prefere buscar o conforto irreal da inércia, veja a reflexão feita por um homem chamado Heráclito, há incríveis 540 a.C.: “Nada existe de estável e definitivo na natureza, tudo muda continuamente – daí, podemos dizer que não nos banhamos duas vezes no mesmo rio. Cada coisa é e não é, ao mesmo tempo. Todo Universo está submetido a um eterno fluir e a vida requer contradição, antagonismo, guerra. Nós mesmos somos e não somos, porque existir, viver, significa tornar-se, ou seja, mudar a própria condição atual por uma outra“.

Lembre-se de como você se portou nos primeiros dias de seu emprego ou da faculdade, com imensa vontade de aprender, de olhos bem abertos prestando atenção em tudo à sua volta, compartilhando e comemorando cada uma de suas conquistas, sempre com frio na barriga, mas com objetivos bem definidos. Onde está essa pessoa agora? E o cuidado diligente que tinha quando se tornou pai, a dedicação de quando começou um namoro, para onde foram?

É com este espírito de mudança que você deveria permanecer sempre, não espere pelo governo ou os seus chefes mudarem, não espere o dólar subir ou a bolsa cair, não espere o filho chegar ou o amor acontecer, não espere! O mundo é mudança, a vida é fluxo, seja mutável, seja como a água.

Referências Resiliência: Antologia ilustrada de FIlosofia, Ubaldo Nicola, 2005. Uma Breve História do Tempo, Stephen Hawking, 1988. HowStuffWorks.com. HypeScience.com.

As ferramentas e insights de um executivo em busca do sucesso.